Casamento de Amigo

Meu Jesus hoje é domingo

Se eu tiver merecimento

Eu quero que vós me mande

Do azul do firmamento

Versos pra eu recitar

No dia do casamento

O senhor está sabendo

Que eu vou falar do passado

Pois este casal de jovens

Ontem eram namorados

Mas mudaram de idéia

Eles hoje estão casados

Vão precisarem de vós

Como qualquer brasileiro

Que no lar deles não falte

Saúde, paz e dinheiro

Que hoje é um dia sério

Despedida de solteiro

Que vocês sejam felizes

Com essa nova mudança

E aceite o meu conselho

Pra ficar como lembrança

Um lar só fica bonito

Quando nasce uma criança

Quando seu filho nascer

Que seja forte e sadio

Agasalhe com cuidado

Não deixe chorarem com frio

Por que um lar sem criança

É como um bolso vazio

Vocês hoje estão casados

Perante a lei do juiz

Jesus uniu você dois

Por que o destino quis

O Poeta só deseja

Que o casal seja feliz

Os versos deste poeta

Jesus mandou por alguém

Deixaram na manjedoura

Eu fui buscar em Belém

Você dois me as mãos

E aceite meus parabéns

Autor: Antônio Pedro Caldas (Tonho Coca)

Aniversário da minha tia

Meu Jesus nesse momento

Vou firmar meu pensamento

Quero a vossa proteção

Num gesto de poesia

Vim visitar minha tia

E apertar a sua mão

Por isso meu Deus permita

Eu fazer essa visita

E deixar tudo bem claro

Vim cumprir com minha cina

Parabéns tia Amerina

Pelo seu aniversário

Noventa anos vivido

Se casou teve um marido

Por nome de Manuel

Ele hoje vive ausente

Em um mundo diferente

Mais o anjo Gabriel

Mas aqui nesse momento

Eu não quero sofrimento

Quero paz e alegria

Vamos todos nos juntar

Pra gente comemorar

Os anos da minha tia

Eu quero lhe ver sorrindo

Cantando se divertindo

Que é pra Deus ficar contente

Se Jesus autorizar

Paro ano eu venho cá

Lhe visitar novamente

Todos sabem quem sou eu

Mas ninguém reconheceu

Um poeta sergipano

Por isso estou indo embora

Mas desejo que a senhora

Viva mais noventa anos

Se errei peço perdão

Te amo de coração

Sem dizer nada a ninguém

Se chagar no céu primeiro

Um lugar pra o carroceiro

Reserve que eu vou também

Autor: Antônio Pedro Caldas (Tonho Coca)

Passeio na roça

Eu vejo o tempo passando
E eu às vezes pensando

Com vontade de escrever

Boto o caderno na mesa

Mas fico na incerteza

Por que não tenho saber

Eu não tenho teoria

Mas tenho sabedoria

Que Jesus Cristo me deu

Acho até que nem mereço

Esse presente de berço

Que Jesus me ofereceu

Jesus Cristo é tão bondoso

Ele é um pai maravilhoso

Que eu escrevo sem receio

Com ordem do Pai Eterno

Já preparei meu caderno

Pra falar sobre um passeio

Um passeio interessante

E não foi pra tão distante

Foi aqui pra bem pertinho

Olhando pra natureza

Admirando a beleza

No canto dos passarinhos

Saímos estrada afora

Passava das nove horas

Todo mundo ia contente

Um sorrindo, outro cantando

O Poeta observando

E o sol ficando quente

Sem saber pra onde ia

Já perto do meio dia

Vi o anjo Gabriel

Que nos mostrou um abrigo

Em baixo de um pé de figo

No terreno de Miguel

Ali parei a carroça

Ficamos ali na roça

Todo mundo reunido

Resolvi a escrever

Pra contar hoje a você

Que um passeio é divertido

E na hora do almoço

Meu amigo, é um colosso

Eu não vi um preconceito

Nós sentados ali no chão

Com um bom prato na mão

Comendo de todo jeito

E num tanque de cimento

Eu firmei meu pensamento

Lá na roça de Miguel

Pode ficar na certeza

Que eu ali só vi tristeza

Foi nos olhos de Mabel

No olhar dela eu notava

Todo mundo observava

Eu posso até ter mentido

Mas de longe a gente via

Como quem ela sentia

A falta do seu marido

Eu não vou me prolongar

Eu acho melhor parar

Sem recordar o passado

Não vou inventar história

Vou falar sim com Eudória

Pra lhe dar muito obrigado

Autor: Antônio Pedro Caldas (Tonho Coca)

AGASALHO

Pai nosso que estas no céu
Pra quem eu tiro o chapéu

E acredito no senhor

É tão lindo o seu trabalho

Que eu lhe peço um agasalho

Pra quem falta um cobertor

Sai por aí pedindo

Cantando e me divertindo

É ser contra a lei de Cristo

Adoro fazer o bem

Mas pedi pra quem já tem

Eu mesmo não faço isto

Jesus Cristo sabe o nome

De todos que passam fome

Mas ninguém quer ajudar

É uns com tanta riqueza

Outros na maior pobreza

Sem poder se alimentar

Os políticos cruzam os braços

Meu Deus o que é que eu faço

Jesus Cristo me ajude

Eu já estou perto do fim

Eu não penso mais em mim

Eu penso é na juventude

Tanto jovem se formando

Muitos deles reclamando

Sem ter onde trabalhar

Tem tantos jovens instruídos

Muitos vão virar bandidos

Se Jesus não ajudar

Um homem passando fome

Ele troca até de nome

Vou explicar o porquê

Lampião era pacato

Matou se escondeu no mato

Brigou pra sobreviver

Eu sei que Deus não quer isto

Reze e peça a Jesus Cristo

Pra ele nos ajudar

Mas reze com muita fé

Que um dia se Deus quiser

A gente vai melhorar

Vou parar que eu estou com pressa

Pra falar sobre a quermécia

Vou deixar com o padre Brás

Jesus está sorrindo

Por que ele está ouvindo

Um velho pedindo paz

Eu estou me despedindo

Quero ver você sorrindo

Que eu também quero sorrir

Sei que alguém vai concordar

Que melhor ter para dar

Do que precisar pedir

Até logo meu amigo

Que Jesus fique contigo

Cuidado pra não errar

Ame a Deus que ele nos preza

Rezar muita gente reza

Mas tem que saber rezar

Autor: Antônio Pedro Caldas (Tonho coca) 

CONVITE

As notícias se transmitem
Eu recebi um convite

Por favor escutem bem

Não veio de Muribeca

Veio sim da Mobralteca

Por intermédio de alguém

Eu não sei quem informou

Que eu sou bom trovador

Se sabem que eu nada sei

Sou um simples sergipano

Cursei o segundo ano

Nem o primário tirei

Eu não sou um homem culto

Sou um poeta matuto

Por falta de teoria

Quem não tem conhecimento

Não pode mostrar talento

No campo da poesia

Se por aqui eu cheguei

Quem me informou eu não sei

Para eu dar meus parabéns

Só se foi Severiana

Uma Mulher sergipana

Quem nasceu aqui também

Mas no verso eu apresento

Pois no Cedro tem talentos

Tem alguns já instruídos

Só está faltando quem ajude

A turma da juventude

Pra ficarem conhecidos

O Cedro tem seus valores

Advogado, doutores

Em direito e medicina

Tem até este poeta

Falando na Mobralteca

Pra cumprir com a sua sina

Este velho acabruzado

E com os nervos arrasados

Fiz papel de brasileiro

Mas por não ter instrução

Executa a profissão

No ramo de carroceiro

Vocês todos tão me vendo

Velho, cansado e sofrendo

Cumprindo o que Deus me deu

E por isto juventude

Por favor vocês estudem

Pra não sofrer que nem eu

Autor: Antônio Pedro Caldas (Tonho Coca)

PAIS E FILHOS

Eu vou rezar uma prece
Que o poeta reconhece

Sem Jesus não sou ninguém

Vou firmar meu pensamento

Olhando pra o firmamento

Que é de lá que os versos vem

Pai eterno poderoso

Me acalme que eu estou nervoso

Pra eu seguir meus ideais

Me dê o consentimento

Que eu quero no momento

Conversar com esses pais

Eles estão reunidos

Com os seus filhos queridos

Comemorando esse dia

E eu aqui sem saber nada

Com esta rima engraçada

Falando da poesia

Parabenizando vocês

Mariele, Zé Menês

cidadão experiente

Peço a Deus que nos ajude

E mande Paz e saúde

A todos aqui presente

Que no momento eu confesso

Eu gosto de tirar verso

Mas não sou bom trovador

Mas acho que me saí

Se não fiz alguém sorrir

Mas também ninguém chorou

Pra não fugir do assunto

Pais e filhos estão juntos

Meu Jesus que maravilha

E eu aqui nesse salão

Em uma reunião

Falando sobre a família

Jesus Cristo abençoando

Pais e filhos se abraçando

Com muita Paz e Amor

E eu pedindo com jeito

Respeite seus pais direito

E também seu professor

Que ele é tão humilhado

Com o salário desgraçado

Que não está dando pra nada

Quem trabalha passa fome

Quem não trabalha é quem come

E ainda dão gargalhada

Eu fico tão revoltado

Que é melhor ficar calado

Pedindo paz e amor

Seus filhos só são formados

E só faz o doutorado

Se tiver o professor

Eu não tenho teoria

Mas gosto da poesia

É ela quem me consola

Eu achei muito bonito

O nome que tá escrito

Na parede dessa escola

Castro Alves um bom baiano

Receba de um sergipano

Se é que eu mereço fé

Receba com um sorriso

Esse verso de improviso

Onde você estiver

Autor: Antônio Pedro Caldas (Tonho Coca)

A VOLTA DE JESUS

Jesus vai voltar de novo
Eu estou impaciente

O mundo que vós criou

Está muito mais diferente

Se o senhor voltar agora

Vão lhe matar novamente

Por isso que eu estou pedindo

Por favor não volte agora

Demore lá mais um pouco

Pra ver se a coisa melhora

E quando voltar de novo

Venha mais nossa Senhora

Venha consertar o mundo

Tem muita gente pedindo

Mais venha de madrugada

Está todo mundo dormindo

Pode vir pra nossa casa

Que eu vou esperar sorrindo

Jesus vai voltar de novo?

Tem gente me perguntando

E eu respondo que sim

Não sei o dia e nem quando

E se o Senhor permitir

Eu vou ficar esperando

Eu já passei dos oitenta

Estou perto de viajar

Mas vou fazer um pedido

Mande um doutor me curar

Deixe eu ficar por aqui

Até o Senhor voltar

Eu sei que o vosso mundo

Está cheio de confusão

Tem gente nos enganando

Com a própria bíblia na mão

Por favor não faça isso

Que Deus não quer isso não

Aquele que fizer isso

É um espelho sem luz

É igual àqueles monstros

Que pregaram ele na cruz

Eu sei que a Bíblia Existe

Mas só quem salva é Jesus

Se você quer se salvar

Por favor preste atenção

Jesus só quer lá em cima

Quem tiver bom coração

E você só chega ao Pai

De Jesus der permissão

Autor: Antônio Pedro Caldas (Tonho Coca)